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domingo, 20 de março de 2011


Minhas Memórias Acadêmicas da Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC


                           Minhas Memórias da Faculdade

    Olá, pessoal!

    Vou contar-lhes sobre um dos momentos mais marcantes e importantes em minha vida, o qual deu início a minha carreira acadêmica na Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC, turma 2008 – circuito 9.0 e que ficarão marcados para sempre.
    No início, como já me era esperado, por nunca ter “enfrentado” um curso superior, fiquei imaginando as dificuldades, ainda mais que havia 15 anos de conclusão do meu Ensino Médio em Escola Pública de Salvador – BA.
    Tudo começou numa manhã de sábado – março de 2008. O primeiro dia de aula na faculdade não foi muito bom: não tinha carteiras para todos os alunos sentarem e tivemos que assistir toda aula em pé. Lembro-me também, meu contato com a professora Tatiana – tutora, não foi muito bom. Este fato deixou-me “encucado”, pensando como seria meu desenvolvimento e relacionamento com a professora. Parecia que uma barreira havia caído entre nós perante a sala, ficando aquele clima desagradável. Ela poderia até não está pensando nada sobre o assunto, mas eu estava desolado com a situação. O tempo foi passando..., ah, no decorrer da história vocês verão, e entenderão como se deu o desfecho.
    Nas primeiras semanas de aulas comecei a me “enturmar”. Percebe-se logo nas aulas iniciais, quais serão nossos colegas “fortes” na classe, os quais trocam mais idéias e nos inspiram um ar maior de amizade. Nossa turma foi dividida em grupos e no grupo inicial, fiquei por pouco tempo. O segundo grupo fiquei até o 1º seminário, que foi marcante! Durante esse período houve bastante desistência de alguns colegas.
    Quando nos foi solicitado novo trabalho em grupo, desta vez fiquei em uma equipe maravilhosa. Apesar de gostar de todos da classe, estes colegas de equipe são especiais para mim e conseguiram mudar minha vida. Antes de continuarmos, vou apresentar-lhes minha equipe nota 10: Antonio Pereira, Atilene Arruda, Carine Cézar, Cláudia Silva e eu, Cláudio Santos.
    Na faculdade sempre acontecem coisas fenomenais, ainda mais em uma classe como a minha, onde possui os alunos mais reflexivos e criativos da atualidade -, turma 2 do Curso de Letras na FTC. Um dos fenômenos foi o primeiro seminário que apresentamos, quando ainda estavam presentes todos os alunos que iniciaram o curso. Foi muito emocionante, animador e eterno em nossas lembranças. Todas as equipes se produziram direitinho, como se fosse um baile de formatura, na verdade foi um baile, mas de interpretações, consolidações e alegrias; afinal era nossa primeira apresentação em público. Fiquei muito nervoso, tentava falar, as palavras não saiam, as pernas tremiam, não sei o que e como adentrou em mim “paralisando–me” todos os sentidos. Contudo, consegui dizer algumas palavras.
    Depois do primeiro semestre, comecei a entender a realidade do curso de Letras para nós estudantes, quais eram as competências e os objetivos que nos cabiam. A partir daí, começando a ler muitos textos, segui algumas regras e acabei por entender o ponto de vista a ser defendido.
    Agora, a professora que eu havia iniciado o comentário, entra em cena! Como sou muito crítico, e este é um ponto por qual sou mais conhecido na faculdade, comecei a fazer minhas críticas sobre tudo, principalmente assuntos que ocorriam em nosso curso e, não concordávamos. Porém, usava uma linguagem não correta e omitia meu ponto de vista. Em um desses momentos, a professora Tatiana Mota, formada em Letras pela Faculdade Católica de Salvador e Pós-Graduada em Psico-pedagogia, começou a me direcionar a um objetivo. Lembro do dia que ela me chamou e perguntou por que eu não assumia o que falava, como também, não defendia meu ponto de vista de uma forma sensata. Exclamei! Por que a pergunta? Ela me disse que em minhas palavras havia fatos e idéias a serem conhecidos por todos. Aí, fiquei imaginando, será que consigo? Depois das palavras da professora a qual tenho enorme satisfação em tê-la como tutora, literalmente: por sua enorme auto-estima, carinho, atenção, sinceridade e disponibilidade para resolver nossos conflitos em sala de aula e até mesmo fora de seu horário de trabalho.
    Hoje, estou tornando-me professor e agradeço muito a ela por tudo de maravilhoso que fez por mim. Apesar seu lado autoritário, que também é um caso a ser seguido, afinal todos nós professores precisamos usar esses métodos, eu admiro muito sua competência para com a disciplina, como também, rigor na data para entrega de trabalhos e horários de aulas. Acho muito importante o professor que possui essa autoridade. É impressionante que ao sermos universitários, já atuando como professores, termos ao nosso lado uma pessoa que influencie de maneira correta a nos ensinar o cumprimento dos horários e das regras. Neste caso, observarmos que as aparências enganam! E, nem sempre a primeira impressão é a que fica!
    Sabemos também que em toda trajetória de conquistas e vitórias existem adversidades. Nós, como estudantes universitários, em sua maioria bolsista do Programa do Governo Federal – PROUNI encontramos diversas dificuldades nessa caminhada, consequentemente, por sermos classe média baixa, e não usufruirmos de renda suficiente para nos mantermos estudando sem alguns benefícios. Tivemos a tristeza e infelicidade de perder o benefício de meia-passagem escolar, causando para muitos uma insatisfação com o Poder Público, o qual tirou nosso benefício, principalmente que seremos responsáveis pela formação de milhões de alunos que assim como nós são de famílias humildes, porém dignas. Ao contrário dos “mangangões” escondidos atrás de paletós e gravatas sem um pouquinho de ética. Estudamos em uma faculdade particular, não temos culpa se o governo conseguiu esta única forma de nos colocar na faculdade, enquanto, as universidades públicas são para os ricos que tiveram uma educação de maior qualidade e globalizada, conquistando os melhores cursos. De qualquer forma, nós escolhemos cursos considerados para alguns, de menor qualidade, menores salários, mas sabemos que o país precisa de nossa ajuda. Porque somos nobres, somos professores e fazemos à diferença.
    Desculpem minha ironia, idolatria ou ousadia, mas isso é um desabafo de um cara que sempre procurou uma chance de entrar na faculdade, e também, tenho como direito uma educação digna e de qualidade como estabelecido na Constituição Federal do Brasil. Assim como disse o grande Anísio Teixeira: “educação não é um privilégio, é um direito”.
    Perdemos esta luta, contudo, aos poucos estamos ganhando a batalha, mesmo depois de tudo isso, encontramos forças para continuar os estudos. Eu, a partir dessas dificuldades de locomoção muitas vezes fui andando para a faculdade, pois além de trabalhar, tive que fazer estágios, cursos; além disso, tinha os custos com passagens e impressões normalmente caros, sobretudo para nós que somos pobres. Na maioria dos casos, minha equipe de sala colaborava com os custos das atividades. Somos amigos e dividimos as tarefas por sorteios, em outros casos dividíamos através do talento de cada componente da equipe, no qual o meu seria a forte crítica.
    Atilene, Carine e Cláudia podemos chamá-las de: “as três Marias”, elas são unidas. Quer ver briga? Pise no calo de uma delas que a outra fica logo brava, são inseparáveis e maravilhosas! Inteligentíssimas tem aquele “jeitinho” para resolverem as coisas. Antonio e Anderson apresentam suas qualidades e completam o raciocínio da equipe. Antonio, vivido, experiente e hábil tem seus toques mágicos na configuração de programas, dando toque final aos trabalhos. Anderson, mais calmo da equipe, mas não se enganem ele tem a pureza da imaginação aprofundada na lógica. Somos unidos. Assim, vivemos nosso dia-a-dia na faculdade, buscando sempre encarar coisas novas, propondo a nossa formação um maior desempenho, capazes de enfrentar qualquer situação imposta, seja ela de que tipo for.
    Falar em situação imposta, um dos pontos mais positivos da FTC, é a elaboração do material didático – muito bom. Professores excelentes e reflexivos compõem este quadro de ensino.
    A partir do 5º semestre, nossa vida na faculdade se tornou um pouco mais difícil em razão das novas normas para avaliações, criadas pela instituição em obediência ao Ministério da Educação, segundo informação dos responsáveis pela faculdade, o que não foi bem visto pela maioria dos alunos. Este sistema, não valoriza nossos trabalhos e pesquisas, apenas as provas que exigem um peso bem maior que as outras atividades. Para mim, nós pesquisadores e futuros professores “deveríamos ser avaliados não por uma prova de três questões com objetivos fora da realidade encontrada nas escolas e sim, por uma avaliação com metas encaradas em sala de aulas, afinal a vida não é feita só de teorias antigas e que não fazem coerência com o que aprendemos na própria instituição. Exemplo: Literatura Anglôfona, fomos avaliados por algo que não iremos inserir em sala de aula – textos bucônicos longe da realidade educacional das escolas brasileiras.
    O maior problema no momento está sendo estas avaliações. Não sabemos o que acontece, sendo remarcadas várias vezes, chego a ficar preocupado com o término deste curso e com a minha formatura. Porém, continuo empenhado nos meus propósitos e no momento estou fazendo estágio em uma Escola Pública no bairro de Pernambués – Salvador- BA.
    Mesmo tendo muitas amizades, sempre há alguém que se destaca no rol de amizades, a qual temos um carinho mais especial. Comigo também aconteceu, claro! Nessa minha turma há uma garota chamada Camila, pessoa “finíssima” que me dá muita força nas horas mais precisas. Ela está atenta a tudo, qualquer orientação sobre aulas, cursos, trabalhos, etc. Acho até que nós dois faríamos um par favorável para troca de experiências estudantis.
    Galerinha, vou falar um pouco também daquelas pessoas que participam diretamente de nossa formação acadêmica. Com muita honra parabenizo todo quadro de funcionários da UP de Brotas pelo excelente e sincero tratamento que nos deram. Destaco um delas por está a “frente” de todos os outros funcionários e neste final de curso vem dando a maior força, Marília, coordenadora da UP de Brotas. Fiquei feliz quando há vi defendendo uma causa, ou melhor, um ponto de vista que era nosso. Tive a certeza que seu coração de estudante se mantém batendo em prol da realidade da melhora de um ensino justo para os justos. Valeu por tudo, Marília!
    Talvez, muitos não imaginaram que certas coisas na faculdade, eu teria coragem de vir a público declarar, mas como todos já sabem, sou crítico, contudo, reflexivo e faço crítica construtiva para aqueles que merecem. Todos supracitados são dignos de valorização.
    Hoje é segunda – feira, 21 de fevereiro de 2011. Estamos a quatro meses de terminar o curso de Letras e a euforia, os pensamentos, os propósitos para o futuro, a calmaria e outros sentimentos imperam em nosso ser.
    Viver a experiência de estudar em uma faculdade – é viver e descobrir uma nova família. Eu encontrei essa nova família – vocês alunos e colegas da Turma 2 de Letras – FTC – UP de Brotas, 2008 a 2011, são demais. Muitos não tiveram o prazer de estar ao lado de pessoas maravilhosas como vocês. Entretanto, terão o prazer de curtir e ver nossa turma através de fotos, blogs em sala de aulas, interagindo conosco por e-mails, e quem sabe um dia, na Academia Brasileira de Letras.
    Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, depois a duas pessoas especiais em minha vida, que não são da faculdade, mas participaram diretamente de minha formação acadêmica, minhas queridas: Ana Paula Cruz e Maria da Conceição Silva, meus anjos da guarda.
    Agradeço também a todos da turma; aos que gostaram ou não gostaram de mim. O fato é que sou sincero, mas não guardo mágoas. Aprendi com todos vocês, a dar maior valor à vida, vendo o esforço de todos para chegarem a um ideal, driblando dificuldades, atravessando fronteiras, buscando o infinito e procurando um lugar “ao sol”.
    Obrigado a todos! Espero que nos encontremos no caminho da dignidade, moral e ética. Saibam que somos professores, o espelho de todos!
“Para mim não interessa como tudo começou, mas como terminou. O importante não é como se começa e sim, como se termina”.
    Emocionado, digo: foi maravilhoso viver essa família acadêmica com vocês, não me arrependo de nada! Se possível, faria tudo de novo.

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